quarta-feira, 27 de julho de 2011

Uma Grande Mudança


Élder Jairo Mazzagardi - Segundo Conselheiro na Presidência da Área Brasil (Junho/2011)
Minha esposa e eu fomos batizados em 31 de outubro de 1978. Aqueles foram dias que marcaram profundamente nossa vida, aos sermos confirmados membros da Igreja e ao recebermos o Espírito Santo. Ao sermos abençoados, foram-nos prometidas, por inspiração, bênçãos muito especiais, e também foi-nos dito que teríamos desafios imensos. Um desses em particular, que parecia pouco provável, foi o de que nossos amigos e todos os nossos familiares nos abandonariam.


Pensei: "Como isso poderia acontecer?" Eles estavam constantemente em nossa casa ou nos incluíam em todos os tipos de eventos, sem haver necessidade de convites, e as visitas eram quase semanais. Também nos foi prometido que todos nos rejeitariam no princípio. Mas que, com o tempo, passariam a nos aceitar, depois a nos admirar e, por fim, que todos buscariam bênçãos de nossas mãos! Essa era outra coisa que parecia muito díficil de acontecer, por conhecê-los e saber de sua fidelidade a suas fortes crenças, tanto do lado de minha esposa como dos meus próprios familiares.

O que parecia impossível, porém, aconteceu bem rápido. Ninguém mais veio a nossa casa nem fomos convidados para ir a sua casa e a festinhas comemorativas. Parecia que havíamos sido afetados por uma doença altamente contagiosa.

Por outro lado, fomos recebidos na Igreja de modo caloroso e envolvente. A dupla de mestres familiares que nos ensinava deixava-nos metas como: fazer diariamente a oração familiar e o estudo das escrituras, fazer armazenamento para um ano, preparar-nos para ir ao templo, ler a revista A Liahona, apenas para citar poucas coisas. As visitas eram constantes, mais de uma vez por mês, e eram visitas agradáveis, que nos davam força, aumentavam nosso entendimento e traziam o sentimento de pertencer a uma família, sim, a família dos santos.

As aulas eram maravilhosas, com bons professores. A de Princípios do Evangelho era ministrada pelo irmão César Gava. Cada aula nos enchia de luz e aumentava a nossa compreensão. Ao final de cada aula nós não queríamos que terminasse, pois o espírito do aprendizado era muito desejável, aumentava a nossa fé, expandia o nosso entendimento e cristalizava o nosso testemunho em Jesus Cristo.

Antes de terminar as aulas de Princípios do Evangelho, já estávamos matriculados no curso de Aperfeiçoamento Didático, no qual usamos o manual Ensino: Não Há Maior Chamado, com um ótimo professor, o irmão Renato Pinto Jr. Aprendemos a estudar as escrituras, a preparar aulas, a preparar discursos e a encontrar referências e organizar os assuntos de maneira clara e objetiva. O manual Ensino: Não Há Maior Chamado é até hoje o melhor recurso para preparar professores e oradores, e todos deveriam passar por essa experiência periodicamente.

Serei sempre grato ao presidente da Escola Dominical que, com visão no futuro, preparou bons professores e ótimas aulas para ajudar-nos a iniciar nossa jornada no evangelho, respondendo a nossas perguntas, acalmando nossa ansiedade e ajudando-nos a encontrar dentro da Igreja um amigo, preparando-nos para servir em um chamado e cuidando para que fôssemos verdadeiramente nutridos pela boa palavra de Deus.

Se, por um lado, nossos familiares e amigos nos abandonaram (alguns se tornaram até hostis), por outro, encontramos na Igreja uma família nova e verdadeira, a família da fé. Com o tempo, as palavras da bênção proferida quando fomos confirmados se tornaram verdadeiras.

Hoje, quase todos os nossos parentes e muito dos amigos já se achegaram a nós. Primeiro, aceitando-nos com as nossas crenças e padrões e, depois, com admiração. Por último, muitos deles já vieram pedir-nos ajuda para abençoá-los nos momentos de grande dificuldade.

Nossa vida foi modificada pelo evangelho, bem como nossos hábitos e nossa maneira de viver. Uma alegria imensa e a certeza do amor de Deus passaram a fazer parte do nosso semblante, uma extraordinária mudança de coração (ver Alma 5:14, 19), que deu propósito e razão para vivermos felizes e servirmos ao Senhor em qualquer hora e em qualquer lugar.

Agora, depois de 32 anos, olhamos para trás e contamos as bênçãos. Nossa vida se encheu de propósito, com o conhecimento seguro e um testemunho pessoal de que Deus nos ama, é nosso Pai (ver Abraão 3:23-26) e nos conhece desde antes de virmos à Terra (ver Jeremias 1:4-5), quando vivíamos em Sua presença como filhos e filhas amados por Ele.

Presto testemunho de que o evangelho de Jesus Cristo foi restaurado nestes últimos dias, como profetizado nas escrituras, tanto no Velho como no Novo Testamento. De que a Igreja de Jesus Cristo está novamente estabelecida na Terra sobre o fundamento de profetas e apóstolos (ver Regras de Fé 1:6), e de que o Santo Sacerdócio, o poder e a autoridade divina, é dado ao homem para agir em Seu nome aqui na Terra e foi ordenado por mensageiros enviados por Deus (ver Joseph Smith-História1:72), que Se revela hoje a Seus filhos como na Antiguidade, porque Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre.

De que as famílias poderão ser eternas, se obedecerem aos mandamentos e forem seladas por quem possui esse poder e essa autoridade divina, dentro de um templo sagrado, erigido com esse propósito e dedicado a Deus por um profeta, como na Antiguidade (ver D&C 138:48).

De que o evangelho eterno, a ser pregado a toda nação, tribo, língua e povo (ver Apocalipse 14:6), está na Terra e se chama "O Livro de Mórmon", que é outro Testamento de Jesus Cristo (ver D&C 27:5).

De que somos guiados por um profeta vivo de Deus. Da mesma maneira que Ele conduziu Seu povo em todas as épocas, Ele o faz hoje.

De que podemos saber dessas verdades por nós mesmos, sem a intermediação de homens. Por meio de uma comunicação direta com Deus, podemos receber uma resposta inconfundível, pelo testemunho do Espírito Santo (ver Alma 5:45-46), que ficará para sempre em nosso coração.

De que o Reino de Deus na Terra se chama A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. De que Jesus Cristo vive e nos ama tanto, que deu Sua preciosa vida por nós. E de que Deus, nosso Pai Celeste, espera que os Seus filhos se voltem para Ele e tenham uma grande mudança de coração.

Fonte: http://www.lds.org.br/

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